segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Emprestar é preciso, vender é melhor ainda

Os grandes times apostam em muitas peças no elenco para que algumas deem certo, só que a maioria é de apostas que fracassam, naufragam. Um exemplo disso são os jogadores Lulinha, Boquita, Souza, Marcelo Oliveira, Morais, Renato Cotonete, Diego Sacoman e Bill, do Corinthians. O caso mais emblemático é o do centroavante Souza, que era reserva no Panathinaikos e veio em 2009 para um contrato de quatro anos no Timão. Com um futebol para lá de ruim, teve que ser emprestado com parte de seus extravagantes vencimentos pagos pelo Corinthians, até o encerramento do contrato, no fim deste ano.

Outro caso típico é o dos jogadores vindos dos juvenis, pratas da casa, mas que tiveram contratos para que o clube se garantisse e não os perdesse, como aconteceu com a perda do ótimo lateral Fagner, hoje no Vasco, quando seu contrato se encerrou e ele saiu de graça do clube. Um caso bem ilustrativo dessa realidade é o do meia Lulinha, comparado a Pelé e Garrincha pelo seu agente, Wagner Ribeiro. O clube viu que poderia perder uma nova joia e renovou por uma fortuna o contrato do rapaz, que se mostrou uma espécie de ouro de tolo. Ele hoje retorna de empréstimo e já está na pauta do clube para ir aonde for possível, menos no elenco do Alvinegro do Parque São Jorge

Não é só no Corinthians que isso acontece, não. O Palmeiras contratou Vitor, o melhor lateral-direito do Brasil na concepção da diretoria do clube, que o trouxe como se fosse um novo Djalma Santos, tamanho era o destaque do atleta no Goiás, o Periquito goiano. O atleta não vingou no Palmeiras, foi emprestado ao Cruzeiro, onde não reeditou as boas atuações dos tempos áureos de Goiás e hoje é um dos que Felipão não quer na montagem do elenco para 2012. Emprestar é preciso.

O São Paulo conseguiu algo melhor ainda. Com alguns atletas voltando de empréstimo, caso do problemático Cléber Santana, a diretoria conseguiu fazer um negócio da China, ou melhor, da Ucrânia. Vendeu Marlos, chamado por alguns alucinados de Lionel Marlos, para um time da Ucrânia, o Metalist, com nome mais parecido com o de banda de rock. Duro vai ser empurrar Cléber Santana para algum time de fora. O jeito será arrumar um Atlético Paranaense para o jogador exibir seu futebol por mais uma temporada, enquanto o contrato com o São Paulo não termina

Os clubes devem aprender com esses negócios mal feitos. Caso dessa natureza é o contrato do lateral Fábio Santos, do Corinthians, com duração de um ano. O clube, escaldado, não apostou fichas pesadas no atleta, que caiu como uma luva no campeão brasileiro. Hoje o clube renovou com o jovem atleta e não precisa se preocupar com contratações para sua posição. Passou da hora de os clubes trabalharem sem entrar na pressão dos empresários, que buscam valores astronômicos e contratos longos, sob o risco de as agremiações terem um elenco à disposição e outro de emprestados, os chamados renegados

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